Presseartikel von damals

Revolução na medicina?

Revolução na medicina?

Revue, 14.08.1949: esclarecimentos sobre uma pergunta que pode decidir o destino

Presseartikel in der Zeitschrift Revue vom 14.08.1949Devido à intolerância dos médicos e das autoridades no norte da Alemanha, se tornou impossível a atuação do MILAGREIRO DE HERFORD, BRUNO GROENING, que curou milhares de doentes considerados incuráveis em 1949, de acordo com as declarações dos mesmos, nos meses de maio e junho. No dia 3 de maio de 1949, Gröning foi proibido de continuar a exercer sua atividade curadora. Desde 29 de junho, Gröning se afastou do público, porém não desapareceu e as perguntas sobre sua maravilhosa força curadora não foi respondidas. Pois a revista Revue abriu o caminho para Gröning se apresentar em uma grande clínica médica, onde poderá comprovar sua força curadora diante de médicos críticos, mas imparciais. Com isso, a Revue deu a Gröning a possibilidade de comprovar diante de cientistas modernos: eu curo o incurável. Hoje a Revue começa a publicação dos resultados de 150 experiências intocáveis. Leiam o que nossos correspondentes Bongartz e Laux relatam, sob a direção do psicólogo e médico Prof. Dr. Fischer.

O plano da Revue

A Revue inicia hoje a publicação de um tema que ultrapassa de longe o jornalismo. Em seu centro está um homem simples, mas que em poucos meses se tornou uma celebridade, Bruno Gröning que, em Herford e em outras cidades, curou ou aliviou, de forma maravilhosa e misteriosa, milhares de pessoas sofredoras de doenças tidas como incuráveis. Nenhum político, economista, nenhum artista conseguiu emocionar as pessoas na época pós guerra como Bruno Gröning. Outros países também, até a Inglaterra e a América, foram tocadoas pelas emanações de seu renome e dos relatos sensacionais na imprensa, que ficavam entre louvor, ceticismo e exagerada rejeição. O desprezo irônico se alimentava de boatos incontrolados e de relatos contraditórios. Quase sempre dispensa a necessária seriedade de responsabilidade, imparcialidade e informação sobre a importância do problema que, através de Bruno Gröning, foi trazido a público do dia para a noite, na restrita discussão científica da medicina.

Há algum tempo, os jornalistas médicos da Revue estiveram em outra conexão ocupados com a pergunta sobre as causas psíquicas da maioria das doenças e com o estudo da falta de interesse na Alemanha sobre o desenvolvimento das pesquisas realizadas em outros países. No caso de Gröning, não somente se trata da pessoa do médico milagroso, mas principalmente da questão da grande importância das doenças causadas pela psique, isto é, da alma, e da atenção que deve ser dada aos tratamentos psicoterapêuticos dos pacientes. Gröning certamente pode ser um fenômeno na área de tratamentos psíquicos de doenças. Quando a situação no norte da Alemanha em torno de Gröning e seu espaço de atuação se tornou cada vez mais caótica, onde em alguns dias chegavam a se reunir até seis mil pessoas, a revista Revue tomou uma decisão incomum para uma revista.

A discrepância entre os inúmeros seguidores e dos poucos, mas influentes opositores, entretanto, havia crescido a um ponto insuportável. Uma comissão de médicos e as autoridades de Herford o proibiram de curar. Tanto em Herford como em Hamburgo, milhares de doentes continuavam esperando a ajuda do homem milagroso. A instância governamental finalmente foi tomada pela dúvida do que fazer com o fenômeno Gröning, de maneira que se podia esperar para esse fenômeno um final infeliz. Será que Gröning seria destruído entre a força dos opositores e dos que nele acreditavam? Será que o homem Gröning, o simples, intelectualmente desajeitado, mas de sincera consciência de suas forças e sincera vontade de ajudar, irá sucumbir através dos "promotores", que se aproximaram dele para tirar proveito financeiro de seu poder de cura e davam aos opositores inúmeras oportunidades para encontrar pontos fracos? Ou um instituto médico na Alemanha estaria pronto a dar oportunidade a Gröning, por interesse em pesquisa, para comprovar clinicamente sua capacidade, o que nos EUA certamente qualquer clínica maior estaria pronta a fazer. Após conversas que não trouxeram resultado algum, parecia que Gröning seria destruído no fim de junho. A pergunta se lhe seria atestada uma influência curativa e psíquica maravilhosa ou se suas pretensas capacidades seriam um engano, até colocadas com charlatanismo, ficou sem resposta para milhões de sofredores.

Nessa ocasião, a revista Revue decidiu enviar para o norte da Alemanha uma equipe especial de correspondentes, composta por Helmut Laux, Heinz Bongartz e um cientista de Marburg, o psicólogo e médico Dr. Professor H.G. Fischer. Essa equipe deveria procurar Gröning, cujas pegadas já começavam a se desfazer. Eles deveriam se convencer da capacidade de Gröning por meio de pesquisas precisas de um grande número de casos por ele tratados, para se convencerem dos êxitos ou falhas de suas curas. No caso de um resultado positivo dessas pesquisas preiliminares, o grupo da Revue deveria formar um quadro nítido sobre a condição e sobre a pessoa de Gröning como ser humano. Dependendo dos resultados alcançados, o grupo da Revue tinha a incumbência e meios para livrar Gröning da possível influência negativa de seu meio e encontrar um caminho para fora do tumulto entre os que acreditavam nele, médicos e instâncias burocráticas. Após sua anuência, estava previsto que Gröning deveria receber um asilo desconhecido. Ao mesmo tempo, o grupo da Revue tomava as providências para o caso de um resultado positivo, de encontrar o interesse de uma clínica universitária famosa que estaria disposta a fazer as préconsultas. Ela deveria dar a Gröning a oportunidade de comprovar sua capacidade em um grêmio de cientistas. No caso de êxito, lhe dariam passe livre para atuar. No caso de resultado negativo, o público deveria ser informado através de um relato claro e incontestável sobre os resultados negativos. Esse era o plano da revista Revue.

Sua realização começou em 28 de junho de 1949, e tiveram dificuldades, aventuras e surpresas, porém o plano teve êxito, sem que o público até hoje tenha acesso à questão de interesse. Para o público, Bruno Gröning havia sumido às 23:45h do dia 29 de junho de 1949, em Hamburgo. Hoje, porém, a Revue começa a publicar o relato extenso dos correspondentes e médicos dirigentes sobre a história que precedeu e a história em si sobre o maior experimento médico já apoiado e realizado por uma revista.

Bruno Gröning: fenômeno de um médico de almas

Por Helmut Laux e Heinz Bongartz, sob a direção científica do psicólogo Prof. Dr. Fischer

Nas pegadas de Bruno Gröning - A posição dos médicos

Saímos de Frankfurt no dia 29 de junho, exatamente no dia em que Bruno Gröning de repente sumiu de Hamburgo. Nós, jornalistas, estávamos curiosos, o Dr. Fischer era mais reservado, apesar de também não conseguir esconder muito sua curiosidade, porém ele estava decidido a cuidar do caso Gröning sistematicamente e a elaborar calmamente um veredicto com muita consciência. Nosso trabalho com o Dr. Fischer foi excelente desde o primeiro dia. Ele havia passado por uma escola de medicina comum e estava em condições de julgar do ponto de vista médico o agravamento do estado de saúde ou a cura dos pacientes. Por outro lado, era psicólogo e analisava do ponto de vista psicológico (pesquisa da alma) e psicoterápico (cura da alma), pois o método de Gröning deveria curar a alma, se realmente se mostrasse eficaz. A não ser que Gröning possuísse outras forças até hoje desconhecidas mesmo para a psicoterapia.

Bildlegende: Der Psychologe Professor Dr. Fischer (rechts) bespricht im Auftrage der REVUE mit Gröning Vorbereitungen für die klinische Erprobung.

O psicólogo Dr. Fischer (à direita) discute com Gröning os preparativos para os testes clínicos a pedido da revista Revue.

Chegamos na noite do dia 29 de junho em Bielefeld, e a providência nos proporcionou um encontro através de um antigo amigo do Dr. Fischer com o dirigente da clínica Bethel, Dr. Schorsch. O Dr. Schorsch teve um papel significativo quando fez parte da comissão médica que causou a proibição de curar ao Sr. Gröning. Inicialmente ele sequer queria nos ver, os homens do jornal, recebeu somente o Dr. Fischer e relatou suas impressões sobre Gröning: "Ele é uma pessoa totalmente primitiva, principalmente não possui carisma algum (para aqueles que não conhecem essa palavra, temos que mencionar que os cientistas compreendem com isso a capacidade de emanar forças)." O Dr. Schorsch considerava que a capacidade religiosa de emanar forças era pura representação, sobre a qual muitas vezes se falou em Herford. Ele age com egoísmo e auto-presunção. Para comprovar suas palavras, Schorsch nos mostra um teste grafológico com o mesmo diagnóstico. O Professor Fischer tomou conhecimento de seu julgamento. O Professor Schorsch, aliás, não demonstrava um preconceito consciente, parecia pouco interessado. Ele era rechonchudo e bonachão e parecia que preferia não saber mais nada sobre o caso Gröning. Parecia que não tinha interesse em se envolver com coisas da alma e não queria ter nada com aquilo. Ele mencionou que não deveríamos nos apoiar em seu julgamento, mas entrar no mérito da questão.

O Professor Dr. Wolf, médico chefe da clínica de Bielefeld, se mostrou mais aberto. Parecia que ele tinha a mesma opinião: o caso Gröning deveria ser verificado sem preconceito. Ele mencionou que era conhecido que tinha oferecido a Gröning a possibilidade de comprovar sua capacidade em clínicas. O que ele deveria achar de Gröning ter declinado dessa oferta? Como levar os médicos a mal por perseguir um homem de extraordinário ceticismo que se negou a comprovar sua capacidade diante deles?

Essa também era nossa pergunta, por que Gröning se desviou dessa apreciação e pesquisa de seu método de tratamento? Será que Gröning desconfiou da objetividade do Dr. Wolf? Quando, porém, algumas semanas mais tarde, o Dr. Fischer pediu a Gröning para atuar diante dos médicos do hospital público de Bielefeld, ele percebeu que também lá, apesar da aparente benevolência, o único intuito era aniquilá-lo ao apresentar somente casos de doentes aos quais ninguém mais conseguia ajudar, nem mesmo Gröning. O Dr. Fischer então teve que desistir de deixar que os médicos de Bielefeld julgassem o método de Gröning.

Por outro lado, o médico oficial da cidade de Detmold, Dr. Dyes, teria mencionado diante de Gröning que ele poderia comprovar quanto quisesse de sua capacidade de curar, mas mesmo assim iriam impedi-lo de trabalhar! Por isso, o Dr. Fischer telefonou para o Dr. Dyes de Herford, o qual não ocultou sua opinião e disse que Gröning tinha lhe dado má impressão. O Dr. Dyes era cheio de soberba médica e se sentia muito satisfeito com sua própria atitude.

Desta maneira Gröning perdeu toda e qualquer possibilidade de ser julgado com objetividade, de maneira que não se podia julgá-lo mal por não tenha aceitado demonstrar sua capacidade diante dos médicos. O instinto desperto desse homem simples tinha percebido as intenções obscuras que o esperavam.


A afluência das doenças crônicas condicionadas pela psique

No dia 30 de junho começamos primeiramente na região de Nordrhein- Westfalen, em seguida, porém, até na região de Hamburgo, com pacientes que Gröning havia tratado e, de acordo com a entrevista com eles, teria curado. Isso era mais fácil de dizer do que realizar.

Os doentes tratados por Gröning tinham voltado para suas casas e ninguém tinha anotado seus nomes e endereços com exatidão. Gröning tinha trabalhado na forma de um curador peregrino, no mais verdadeiro sentido, trabalhado excessivamente e, além de relatos, notícias em jornais, alegações e rumores, não existia material exato sobre suas atividades, nem por parte de seus seguidores. Certamente nós teríamos tido muitas dificuldades se um acaso não nos tivesse levado a um homem em Bielefeld, que já tinha tentado organizar os reais êxitos de Gröning.

Esse homem era o diretor de uma assistência médica, de nome Lanzenrath, inteligente, sucinto e com ampla visão. Ele tinha conseguido chegar até o "círculo de seguidores" que se compunha de pessoas que acreditavam nele e por aqueles que pretendiam fazer negócios através dele – sobre isso na época ainda não tínhamos um julgamento – e que tinham ficado em Herford, em parte na residência da família Hülsmann, onde Gröning tinha atuado depois de viajar para Hamburgo. Ele estava convicto tanto da capacidade de Gröning em ter influência sobre inúmeras doenças, como de sua humildade pessoal, mas temia que "os seguidores" levassem as boas qualidades de Gröning para caminhos errôneos. Primeiramente o próprio Lanzenrath se mostrou desconfiado diante de nós, mas o Dr. Fischer abriu as portas para nosso grupo, convencendo o Sr. Lanzenrath a nos ajudar e a indicar casos de seu conhecimento que pudessem nos fornecer, após exames aprofundados, a chave para a seriedade do fenômeno Gröning. Os motivos que tinham levado o Sr. Lanzenrath até Gröning eram extraordinariamente interessantes: uma doença o acometera, um grave e doloroso distúrbio dos rins o havia levado até Gröning. Desde então – há dois meses – ficou livre das dores. Ao mesmo tempo, o destino da assistência médica alemã o havia levado a procurar a ligação com Gröning. Ele nos contou que a previdência social alemã estava perto de um colapso financeiro, porque se encontrava praticamente diante de um mar de doenças crônicas simplesmente incuráveis. Com isso, ele naturalmente confirmou o que já era de conhecimento dos psicoterapeutas que observavam atentamente nossos tempos. A segunda guerra mundial, com todos seus abalos, deixou uma verdadeira torrente de doenças que, na maior parte, eram de fundo emocional, porém se manifestando em órgãos, começando com a grande quantidade de doenças do estômago e reumáticas, até neuroses e paralisias. Para essas doenças, os psicólogos encontraram a palavra doenças psicossomáticas. Depois da reforma monetária, deu para notar nova avalanche de doenças que antigamente nunca tinham aparecido com esse grande volume e que dificilmente se podia considerar como causas orgânicas. Na verdade, Lanzenrath tinha a esperança de encontrar junto a Gröning um método de cura que algum dia pudesse servir como alívio para o sistema de saúde sobrecarregado. Lanzenrath tinha acompanhado minuciosamente grande número de tratamentos e curas. Inicialmente ele nos indicou aproximadamente vinte casos nos quais nós, durante uma semana, através de análises e pesquisas cuidadosas e, quando possível, de conversas com os respectivos médicos dos pacientes, procuramos esclarecer a decisiva pergunta: Gröning pode curar?

No dia 8 de julho demos conta dos resultados dos vinte casos. Entre os vinte se encontravam sete que talvez fossem interessantes e aqui e acolá até um pouco misteriosos, porém não nos davam um quadro exato a favor ou contra Gröning. Como justamente nos ocupávamos principalmente desses sete casos, no terceiro dia começamos a nos desesperar. Ao menos foi assim para nós, leigos.

O serviço de habitação

Havia o caso do Sr. Klüglich, de Bielefeld. Klüglich era um pequeno operário que durante a guerra levou um tiro que atravessou um rim, que funcionava precariamente. Depois da guerra, houve uma forte infecção no segundo rim, que finalmente progrediu tanto que os médicos pensaram em cirurgia. Tínhamos raios-X e outros exames. Antes do Pentecostes, o Sr. Klüglich se dirigiu ao Sr. Gröning por carta, através de Lanzenrath. Inicialmente foi praticada a "cura a distância" e ele pediu que o Sr. Klüglich observasse atentamente o que acontecia em seu corpo nos dias seguintes. Klüglich notou uma crescente atividade em seu rim, a urina fortemente tingida e depois um crescente alívio de seus achaques.

O médico que o assistia também constatou a melhora. Em seguida, Gröning visitou o Sr. Klüglich pessoalmente e a melhora permaneceu. O Sr. Klüglich deixou a cama e já fazia passeios, porém, no momento em que o visitamos e o Dr. Fischer o consultou, sua condição piorou novamente. O doutor logo descobriu que, com base em sua doença, o Sr. Klüglich tinha recebido um cômodo a mais do departamento de habitação. Com base na notícia de sua cura que logo se espalhou, o departamento de habitação lhe informou que teriam que lhe tirar o cômodo adicional. No mesmo dia iniciou sua piora. Aparentemente não se tratava de nenhuma simulação, mas de uma real piora que, sem dúvida alguma, pousava em uma causa emocional, isto é, no medo da perda do cômodo e a ligação dos pensamentos – doença e possuir mais um cômodo. Falar sobre cura era bobagem. A medicina nesse caso podia indicar que Gröning meramente tinha conseguido arrancar o doente de uma profunda letargia e com isso aumentar temporariamente sua resistência física. Com isso ela concordava com a imediata ligação de um tratamento anímico e a resistência física em doenças, porém estaria certa se rechaçasse a tese de cura. Naturalmente ficou aberta a pergunta: o que Gröning teria conseguido se continuasse o tratamento?

Ela estava sentada sobre sua caixa registradora

Esse sem dúvida era o caso da Sra. W., também de Bielefeld. Ela era viúva e proprietária de uma bicicletaria. Sentada em uma poltrona na cozinha, atrás da qual ficava a loja, ela dirigia o negócio e a família. Desde os quinze anos sofria comprovadamente de problemas para caminhar e inchaço nas pernas devido à hidropisia, porém o coração e os rins funcionavam normalmente. Em contrapartida, havia sinais de reumatismo nas articulações. Gröning tinha ficado sentado por meia hora com ela e lhe dito que logo iria melhorar. Desde então ela conseguiu novamente caminhar em seu pátio e se sentia muito bem. O médico constatou que os edemas eram pequenos. Uma consulta com sua médica também constatou a regressão visível do inchaço desde que Gröning a havia visitado. Ultimamente, porém, os distúrbios pareciam voltar novamente. E se também nesse caso um problema psíquico tivesse levado a uma melhora passageira, que mostraria mais uma vez a ligação da condição emocional com a doença, o que para nós não era suficientemente como comprovação? A não ser que também neste caso houvesse uma constante melhora e a cura completa, dando continuidade ao tratamento de Gröning. Interessante era constatar que a Sra. W. há muitos anos praticamente ficava sentada em cima de sua caixa registradora devido à fixação de cuidar ininterruptamente dela, o que poderia ter causado a dificuldade de caminhar, beirando a paralisia. Provavelmente Gröning teria eliminado temporariamente esse hábito que, de qualquer forma, era algo digno de se mencionar, pois um psicoterapeuta não levaria meia hora, mas muitas horas, dias ou até semanas para conseguir esse resultado. Mas também essa realização não era suficiente para procurar algo tão extraordinário por trás de Gröning que pudéssemos utilizar para realizar grandes experimentos clínicos.

Gröning lhe deu uma bola prateada...

E havia finalmente o caso Schwerdt, de Bielefeld. Tratava-se aqui de dois pacientes: uma moça, filha de um pequeno encarregado ou funcionário público, cuja mãe exercia influente opressão sobre ela. E o segundo caso de um homem que possuía uma fábrica e aparentemente era vigiado pela família sedenta da herança. O homem e a moça tinham um caso, causa do homem entrar em um forte conflito com a família. A moça constantemente tinha que aguentar repreensões da mãe, que não queria saber desse relacionamento com um homem rico, porque isso "não poderia resultar em nada". Os dois, o homem e a moça, finalmente perderam a coragem. Eles se separaram e a moça adoeceu de uma incomum e grave neurose cardíaca, que a obrigava a ficar constantemente deitada. Ao mesmo tempo, o homem teve um acidente e continuou de cama, mesmo depois dos ferimentos já estarem curados. Algo o puxava de encontro à amada, mas para não seguir esse desejo, ele se segurava em sua doença e se mantinha na cama. Gröning tratou desse caso e, no primeiro contato, causou uma melhora significativa da Srta. Schwert que pode deixar a cama. Ela procurou Gröning e lhe passou vários nomes de pessoas que ele deveria ajudar, inclusive o nome desse fabricante, sem mencionar maiores detalhes sobre ele. Porém Gröning intuíu a ligação entre os dois. Ele puxou de seu bolso uma folha de papel alumínio de uma caixa de cigarros, a amassou e entregou a bola que se formara à moça, com a ordem de mantê-la em sua mão até que pudesse entregá-la pessoalmente àquele homem. E então ele ficará curado. A Srta. Schwerdt carregou essa bola por trinta e seis horas em sua mão.

Entrementes, o homem ouviu falar das noticias que circulavam em toda parte, sobre os êxitos de Gröning e a ordem dele para a Srta. Schwedt. A curiosidade o tirou da cama e o levou para perto da moça. A ligação destruída com isso foi restabelecida e os dois novamente se sentiram saudáveis. À pergunta do Dr. Fischer, se então estavam se encontrando regularmente, a moça declarou: "sim – infelizmente". Ela disse infelizmente, pois os motivos que tinham causado o conflito e toda aquela situação entre eles ainda não estavam eliminados – através das reclamações da mãe e dos parentes dele, e mais cedo ou mais tarde aquela situação poderia surgir novamente.

A impressão que se tinha era dúbia, em todo caso, também aqui Gröning tinha eliminado o sofrimento devido a conflitos emocionais em tempo espantosamente curto. Ele havia reconhecido a ligação entre ambos com uma capacidade digna de menção, empregando um artifício do qual o melhor dos psicoterapeutas não precisaria se envergonhar, a bolinha. Porém ele não deu atenção ao fato de que a questão que provocou tudo permaneceu. O caso Schwerdt foi o primeiro que despertou a simpatia do Dr. Fischer pelo Sr. Gröning. Mesmo que não se encontrasse nada de extraordinário em Gröning, não havia como negar que ele possuía uma surpreendente dádiva natural de psicoterapeuta.

A moto que se negava a funcionar

Extremamente esquisito foi o caso Wehmeyer. O Sr. Wehmeyer era dono de uma empresa de transportes em Herford: ativo, forte, com nervos saudáveis, certamente não inclinado a se deixar enganar. Ele também tinha procurado Gröning para pedir ajuda para sua esposa, internada numa clínica em Münster devido a uma doença crônica, da qual não era possível descobrir a real causa. Gröning lhe explicou: "A sua esposa irá lhe pedir que a busque em determinada hora para voltar para casa, mas o senhor não poderá buscá-la antes dessa hora." O Sr. Wehmeyer era um homem que não acreditava no sobrenatural e também não gostava que lhe fizessem recomendações. Contrário à recomendação de Bruno Gröning, o Sr. Wehmeyer preparou sua moto e partiu para Münster para buscar sua mulher antes da hora marcada. E então houve um acontecimento esquisito, com o qual ele não conseguia se conformar: a moto fez greve no caminho. Em Bielefeld, ele foi até uma oficina onde verificaram as rodas, mas não encontraram nada de errado, a moto deveria estar andando. O mecânico trocou as velas e outras peças, e não compreendia porque a moto não andava. Sem saber o que fazer, disse ao Sr. Wehmeyer que voltasse para casa. O Sr. Wehmeyer foi embora e no momento em que se dirigiu para Herford, a moto começou novamente a andar como se nunca tivesse tido qualquer problema. Ele então retornou feliz, mas então ela parou outra vez; na direção de Münster ela não funcionava.

Ainda totalmente comovido com o acontecimento, o Sr. Wehmeyer pouco depois viajou até Münster de trem. Lá sua esposa disse espontaneamente que queria voltar para casa, que se sentia significativamente melhor e também o médico da ala disse que tinha terminado o tratamento.

A corrente quente
Um êxito inicial extraordinário

No quinto dia de nossa pesquisa, vivenciamos realmente uma grande surpresa, e daquele dia em diante tivemos uma surpresa após outra, para finalmente levar a um evento que se pode chamar, sem exagero algum, de uma sensação.

Fomos até Hamburgo porque o Sr. Lanzenrath sabia de um caso que parecia impressioná-lo em especial. Além disso, o caso tinha sido observado por médicos. Tratava-se da filhinha do Sr. Mendt, dono de uma oficina mecânica em Hamburgo. A criança superou uma paralisia infantil, porém restava a paralisia nas pernas.

Nesse caso existia um histórico minucioso com diagnóstico claro. Gröning tinha tratado da criança de seu modo costumeiro, sentando calmamente na frente dela, fazendo de vez em quando perguntas sobre o que sentia no corpo, em último caso acariciando-a com a mão. Depois ele recomendou que observassem e anotassem exatamente o que se passava com ela nos próximos dias, o que foi feito com exatidão. O Dr. Fischer pode ler que a criança teve dores nas pernas em direção a coluna, que foram aumentando, juntamente com calor e forte circulação de sangue nas pernas. A criança começou a fazer movimentos que antes não conseguia mais fazer. O Dr. Fischer observou os membros da criança e constatou que a circulação do sangue era surpreendentemente boa. Todo o processo lembrava os princípios do "treinamento autógeno", sem que até hoje tivessem tido êxito em casos de crianças com paralisia infantil. O "treinamento autógeno" foi desenvolvido pelo Dr. I.H. Schulz, exdocente de psicoterapia da Universidade de Jena e lecionado na Alemanha. O método de Schultz na verdade não era nada diferente da antiga e conhecida aplicação da ioga indiana e para todo europeu uma prática secreta em cima da medicina européia moderna. Porém o método colocava os médicos instruídos na condição de, através de influência anímica, fazer com que a circulação do sangue fosse ativada em certas partes do corpo, o que não devemos confundir com hipnose. O método não surtia efeito em todos os casos. Além disso, exigia tantas semanas e às vezes até meses de esforços que realmente podia ser considerado um "treinamento". Aqui, no caso Mendt, Gröning tinha alcançado um êxito inicial extraordinário. Um psicoterapeuta teria gasto várias semanas para alcançar o êxito que Gröning alcançou em meia hora. O Dr. Fischer ainda teve uma longa conversa com o médico de Hamburgo, Dr. Burckhard, e os dois ficaram tão impressionados que pela primeira vez o Dr. Fischer declarou que era da opinião de que Gröning possuía forças psicoterapêuticas incomuns, que talvez até possuísse um próprio campo de força ou outra coisa qualquer que deveria ser pesquisada em grandes centros de pesquisa. Ao mesmo tempo deveria ser observada por longo tempo a possibilidade de influência nos casos de paralisia infantil e de suas consequências.

Nenhum médico podia ajudá-lo

SE o dia seguinte trouxe uma nova e impressionante surpresa. Lanzenrath nos levou a mais um paciente de Gröning, um certo Sr. Kargesmeyer, de Bad Oeynhausen. O Sr. Kargesmeyer tinha 47 anos e sofria desde os dois anos de idade de dor de cabeça que, no decorrer do tempo, se transformou em grave neuralgia do trigêmeo. Por isso se entende dores nos nervos do rosto, um dos piores sofrimentos que existem. A intensidade dessas dores pode levar as pessoas ao suicídio e quase não pode ser tratado pela medicina tradicional. O lenitivo por medicamentos não é completo: em casos extremos tentam secar o nervo, injetando álcool, ou simplesmente rompê-lo. Todas são intervenções muito difíceis e nem sempre se obtém resultados seguros. O Sr. Kargesmeyer foi operado diversas vezes. Finalmente foi feita uma cirurgia radical na clínica de Münster, tirando as amídalas e esvaziando o seio nasal, pois desconfiavam da existência de um foco infeccioso que poderia ser a causa das dores. A cirurgia não teve nenhuma influência na neuralgia. Naturalmente era possível que uma infecção inicialmente tivesse provocado a neuralgia, porém, após sua eliminação, as dores no rosto permaneceram "fixas", parecidas com as terríveis dores nos nervos que amputados sentem, sensação de dor no braço ou perna amputados. Gröning tinha tratado do Sr. Kargesmeyer. Ele pediu que segurasse sua cabeça bem firme entre as

E o Sr. Kargesmeyer sentiu uma corrente quente no rosto. A dor permaneceu ainda alguns dias, porém foi diminuindo dia após dia. Ele já estava há quatro semanas sem dor.

Também neste caso aparentemente uma capacidade incomum de dirigir a circulação do sangue levou ao êxito. Talvez houvesse outros fatores, mas isso no momento não tinha importância para nós. Até hoje existiam pouquíssimos casos de dores do trigêmeo desaparecerem após psicoterapia e nesses casos o tratamento seria de semanas e até meses até surtir efeito. Gröning tinha conseguido em curto prazo – esse feito, até hoje sem igual.


O famoso caso Dieter Hülsmann

No dia seguinte estivemos novamente em Herford, e Lanzenrath sugeriu que verificássemos o caso de Dieter Hülsmann. Tratava-se do filho de nove anos do engenheiro Hülsmann, devido a cuja aparente cura o Sr. Gröning tinha sido tirado da obscuridade. Pela primeira vez entramos na casa onde começou a fama de Gröning e na qual ele permaneceu até pouco tempo. Dieter Hülsmann nunca tinha aprendido a andar, porém não descobriram a verdadeira causa de seu mal. Por muito tempo tinha permanecido engessado. Finalmente diagnosticaram distrofia muscular progressiva na clínica universitária de Münster.

Depois da permanência de quase um ano na clínica de Bethel, um dos médicos explicou: "O senhor pode deixar o menino aqui ou levá-lo para casa, pois ninguém mais vai poder ajudá-lo." O menino finalmente não conseguia mais nem se sentar e tinha as pernas tão geladas que nem cobertores aquecidos e bolsas de água quente conseguiam eliminar o constante frio e a insensibilidade. Nesta situação Gröning tinha feito um único tratamento. Pouco depois o menino sentiu uma queimação forte na coluna e um repentino aquecimento das pernas, que permaneceu e fez com que o menino conseguisse andar, se bem que balançando.

O caso Hülsmann tinha provocado as maiores discussões, com insustentáveis exageros dos dois lados. Certamente não podiam alegar uma cura completa, mas, ao mesmo tempo, alegar que com o tratamento de Gröning nada aconteceu já era uma alegação maldosa. Após minuciosa consulta, o Dr. Fischer opinou que realmente se tratava de distrofia neurótica progressiva, isto é, degeneração do nervo que vai da coluna até o músculo e aparentemente influencia sua alimentação e desenvolvimento. O ponto de partida da degeneração provavelmente é o desenvolvimento das células do corno anterior da medula espinhal. Nele afluem os filamentos dos nervos que vêm do cérebro. Sem que os filamentos tenham contato direto com os nervos que levam aos músculos, acontece uma transmissão ou comutação dos impulsos vindo do cérebro. Não se podia negar que os nervos degenerados receberam uma incomum revitalização que foi transmitida aos músculos das pernas. Porém, o que mais nos espantou foi o fato de que Gröning tinha feito um diagnóstico que se aproximava da realidade anatômica de forma impressionante.

O Sr. Kargesmeyer tinha dito que o Sr. Gröning lhe tinha dito, sem antes perguntar qualquer coisa, que ele sofria de dores no rosto desde os dois anos de idade: consideramos essa declaração um exagero de um paciente muito agradecido. Porém, no caso de Dieter Hülsmann, existia um relato muito claro, confirmado por testemunhas, sobre o diagnóstico do Sr. Gröning. O Sr. Gröning falou sobre o rompimento de um nervo da medula espinhal e descreveu o lugar onde a célula do corno anterior da medula espinhal doente se localizava. Nesse lugar o menino sentiu a queimação descrita e depois um esquisito abanar, que o Sr. Gröning denominou o começo da regeneração, comparando com o chamejar de uma lâmpada na qual "aos poucos" entra energia. Essa explicação soava primitiva, porém estava bem perto da realidade, de forma que essa experiência nos tocou profundamente.

No limiar do assustador

Porém a última decisão sobre o Sr. Gröning veio por meio do Dr. Fischer, através de uma experiência que tivemos pouco depois da investigação sobre Dieter Hülsmann. Fomos levados a uma sala, sem saber que o Sr. Gröning tinha trabalhado naquele local. O Dr. Fischer se sentou muito cansado em uma das poltronas e quase instantaneamente seu rosto ficou pálido como de um morto. Ele lutou para respirar, mas logo se recompôs. Depois nos olhou com olhos entreabertos, como se tivesse tocado em uma força enigmática, cuja procedência não conseguia explicar. Ele nos contou que no momento em que se sentou, sentiu uma dor forte na região do rim direito, batimentos cardíacos acelerados e falta de ar ao mesmo tempo. Seu rim direito antigamente teve várias inflamações e era o órgão menos vital de seu corpo. Ainda estávamos tentando descobrir a causa desse fenômeno estranho, quando o Sr. Lanzenrath entrou na sala e disse que o Dr. Fischer estava sentado justamente na poltrona em que o Sr. Gröning tinha tratado de seu paciente.

Prof. Fischers ungewöhnlicher Heilerfolg mit Hilfe des Sessels, in dem Gröning in Herford viele Kranke behandelte.

O êxito impressionante de cura do Prof. Dr. Fischer, com a ajuda da poltrona na qual Gröning tratou muitos doentes em Herford. Quando o Prof. Fischer se sentou nessa poltrona, se sentiu tocado por uma força misteriosa e teve a idéia de aproveitar as forças que permaneciam na poltrona na cura de uma moça que há muitos anos estava aleijada, o que foi o ponto alto de nosso relatório de hoje.

Gröning sempre disse que podia deixar forças especiais nessa poltrona. Será que o Dr. Fischer percebeu algo? "E como!" disse o Dr. Fischer, em meio ao nosso silêncio acabrunhado, mas ele já estava com algum plano. De repente pediu ao Sr. Lanzenrath que fosse com ele até o jardim, exatamente onde os doentes aguardavam pacientes ou desesperados no dia de nossa chegada em Herford. Ele procurou entre eles um paralítico e encontrou uma moça que estava deitada sem saber bem o que fazer dentro de um caramanchão. Com a ajuda de Lanzenrath, a levaram até a sala e a colocaram na poltrona misteriosa. Depois começou a tratá-la de forma costumeira de um psicoterapeuta e logo descobriu a causa de sua paralisia.

A moça, Anni Schwedler, de 21 anos, morava em Darmstadt e, no outono de 1944, houve um grande ataque aéreo a essa cidade. Anni, sua mãe e outras 20 pessoas foram soterradas em um abrigo antiaéreo de uma cervejaria. Todos, inclusive sua mãe, sairam do abrigo por um buraco que conseguiram abrir, do tamanho que permitia passar o corpo de uma pessoa. De alguma forma, o corpo da moça ficou preso no buraco. A casa já estava em chamas e seus cabelos também pegaram fogo. Somente no último momento um funcionário da defesa civil conseguiu tirar Anni e apagar as chamas de seus cabelos suas roupas. Enquanto ela contava o acontecido, a expressão desesperada em seu rosto demonstrava o que se passou dentro dela naquela época. Pouco depois de ser salva, ela começou a sentir insegurança ao caminhar. Mais alguns dias e começou a tropeçar. Seu caminhar ficou cada vez mais inseguro, até que suas pernas finalmente ficaram completamente paralíticas. Todo e qualquer tratamento médico não teve êxito e então a moça estava sentada naquela poltrona esquisita, que tinha dado um choque tão forte no Dr. Fischer.

O professor mentalizava, enquanto a moça continuava contando o acontecido: se Gröning havia deixado forças curadoras secretas naquela poltrona, então aquelas forças também deveriam agir em doentes em sua ausência. Em poucas palavras, ele falou à moça sobre Gröning e que ele tinha ajudado muitas pessoas paralíticas naquela sala. E fez mais uma coisa, mostrou a foto de Gröning. E então, carregado de uma tensão interna, de repente falou: "Levante-se!" Ele pensou que Gröning deveria agir de forma parecida. O rosto da moça se iluminou, Anni se levantou da poltrona quase com um arranco e ficou tão espantada e impressionada por conseguir se levantar que no início não ousou dar um passo. O médico disse mais uma vez: "Agora ande!" O Sr. Lanzenrath teve que apoiá-la levemente e a moça atravessou a sala toda, com lágrimas de alegria, até a poltrona onde estava sua mãe, totalmente aturdida, e lá Anni Schwedler fraquejou e todo o experimento teve que ser feito novamente. No segundo experimento, o Dr. Fischer mostrou novamente a foto do Sr. Gröning e então constatou que houve uma melhora na circulação sanguínea, descendo até as pernas que mostravam uma leve cor e algum calor. A moça novamente se levantou. Os comandos do médico eram para se levantar e sentar várias vezes. O levantar funcionava cada vez melhor e finalmente a moça teve condições de sair da sala e atravessar todo o pátio até uma rua que ficava em frente, de onde então foi levada de carro para a casa de um parente em Herford.

Todos nos tínhamos assistido ao experimento com muita tensão. Na mesma noite, informamos a revista "Revue" que precisávamos estender nossa permanência no norte da Alemanha. Não havia dúvida de que Gröning era um fenômeno sobre o qual deveríamos ter esclarecimentos clínicos através dos experimentos planejados. Planejávamos tentar entrar em contato com Gröning no dia seguinte para abrir-lhe o caminho para que pudesse comprovar suas capacidades diante dos médicos da clínica universitária de Heidelberg.

A evolução dos acontecimentos em torno de Bruno Gröning, desde março de 1949

A confusão desse acontecimento é tão grande que só com muito custo se conseguiu colocar uma ordem sofrível para as pessoas de fora pudessem entender.

18 de março de 1949:
A estrela de Gröning de repente brilha em Herford. A suposta ou verídica cura de Dieter, filho do engenheiro Hülsmann, de Herford, que sofria de distrofia muscular, fica conhecido publicamente. Notícias de outras curas se juntam a essa. Informações e boatos se espalham com a velocidade do vento. Uma multidão de doentes se reúne diante da casa da família Hülsmann, em Herford, na Praça Wilhelm, 7, onde se encontra Gröning.

4 de abril de 1949:
Começo das curas públicas de Gröning em Herford, com imensa repercussão. Gröning se torna o milagroso de Herford. Em parte é elevado a uma espécie de messias, mais ainda porque ele mesmo atribui sua eficácia à força divina.

27 de abril de 1949:
Devido à grande quantidade de doentes, as autoridades e mais ainda as autoridades da saúde se intrometem. Gröning e Hülsmann são convidados para uma reunião com o dirigente da saúde pública em Herford, o professor de medicina, Dr. Siebert. Siebert explica que até então permitiu a atuação de Gröning sem comentários, mas então teria que intervir devido ao grande número de doentes e a sua responsabilidade pela saúde pública. Ele tenta obter dados pessoais sobre Gröning de forma desajeitada e um pouco irritante. Gröning se nega e o convida para que se convença sobre seu método e seus êxitos pessoalmente no local de sua atuação. Siebert rejeita, alegando que não pode se expor.

Durante os três dias seguintes:
Reuniões entre Hülsmann, o professor de medicina, Dr. Siebert, e o inspetor de polícia de Herford, Sr. Auer. Hülsmann insiste – como entusiasmado partidário de Gröning, também sem jeito algum, para que os senhores se convençam dos êxitos de Gröning. Siebert mantém uma postura negativa. Auer se mantém objetivo.

30 de abril de 1949:
Devido à constante chegada de doentes procurando ajuda e das crescentes dificuldades com as autoridades, Gröning organizou uma espécie de conferência da imprensa na casa dos Hülsmann. A imprensa nesse meio tempo se havia apoderado do caso Gröning, publicando o caso de forma sensacionalista e com diversas notícias erradas e distorcidas. Para a conferência se apresenta o procurador geral de Herford, Sr. Meister e o superintendente Kunst. Gröning corrige as notícias erradas. No entanto, não há uma ligação positiva, pois Gröning se sentiu inseguro e inibido por não ter experiência para tratar com os médicos, com o pessoal da imprensa e o restante das pessoas presentes. O medo das autoridades pelo tumulto na ordem pública devido à quantidade de doentes, a desconfiança ou recusa dos médicos e informações sem objetividade da imprensa estão em primeiro plano.

3 de maio de 1949:
O procurador geral, Sr. Meister, faz uma visita a Gröning na residência de Hülsmann. Ele mesmo escolhe uma mulher da multidão com problemas de paralisia e a apresenta a Gröning. Gröning alcança êxito evidente com a senhora e Meister se despede fortemente impressionando.

3 de maio, à tarde::
Apesar disso, à tarde, o procurador geral comunica ao Sr. Gröning que está proibido de continuar toda e qualquer atividade de cura, com o prazo de três semanas para queixa. O relacionamento entre as autoridades, Gröning e as pessoas que aguardam, entre as quais aconteceram várias curas dignas de se mencionar nas semanas passadas, fica cada vez mais confuso.

13 de maio de 1949:
Somente dez dias após a proibição, que se apoiava somente na Lei dos Terapeutas do terceiro Reich, aparece uma comissão de médicos na casa do Sr. Hülsmann, formada pelo diretor dos hospitais de Bielefeld, Prof. Dr. Wolf, o dirigente do sanatório Bethel, Prof. Dr. Schorsch e o Dr. Rainer, do conselho médico de Bielefeld. Também estão presentes o procurador geral, Sr. Meister, e o superintendente Kunst. Kunst e Wolf procuram manter a objetividade. O Dr. Rainer é totalmente contrário e explica: "Meus senhores! Tudo que lhes é mostrado aqui não é novo para a ciência médica. Nós podemos tratar de casos iguais com o mesmo êxito. Se venho aqui, quero ver milagres." Está se firmando a união dos médicos, com o fato das autoridades não saberem o que fazer com o fenômeno Gröning que está mobilizando multidões. Porém pedem a Gröning que, até 28 de junho, comprove sua capacidade de curar em casos clinicamente comprováveis, em todos os hospitais e clínicas da zona britânica da Alemanha, bem como do hospital estadual de Bielefeld, sempre de acordo com o combinado com o médico chefe de cada instituição.

Nos próximos dias:
Apesar dos avisos por escrito de Gröning e das pessoas à sua volta sobre a proibição de curar e a inutilidade de aguardar, as pessoas à procura de cura permanecem diante da casa dos Hülsmann. E acontecem algumas curas incontroláveis que só podem ser explicadas como curas de Gröning à distância.

20 de maio de 1949:
Gröning concorda em colocar sua capacidade de curar à prova nos hospitais estaduais de Bielefeld, porém retorna da viagem ao encontro do Dr. Wolf devido a uma desconfiança instintiva de alguma emboscada dos médicos. O Sr. Klemme tem um papel importante: Gröning o tinha curado e ele propôs que ele desistisse da luta com os médicos de Herford e, ao invés disso, tratasse com o Presidente do Governo, Sr. Drake de Detmold, que ele conhecia muito bem.

23 de maio de 1949:
A ligação com Drake, porém, acontece sob circunstâncias infelizes. Seguido da insistência do Sr. Egon Arthur Schmidt, que de repente apareceu no círculo de Gröning e se intitulava leitor, Gröning realiza na noite antes da visita ao Sr. Drake um diagnóstico a distância de sua saúde. Os diagnósticos a distancia do Sr. Gröning são algo muito especial e não podem ser interpretados facilmente pelos preceitos da medicina. (o relatório sobre o assunto da revista Revue ainda será aprofundado). Convencido do poder de Gröning, Schmidt apresenta o diagnóstico a distância do Sr. Drake, que descobre um erro nesse diagnóstico. O médico Dr. Dyes, de Detmold, opositor claro de Gröning, que está participando da reunião, domina a situação e declara ao Sr. Gröning textualmente que ele pode fazer e comprovar o que quiser, porém a proibição de curar não será retirada. (Essa declaração do Dr. Dyes é confirmada por ele mesmo ao colaborador da revista Revue, Prof. Dr. Fischer). As palavras do Dr. Dyes têm uma influência funesta sobre as demais negociações. A desconfiança instintiva de Gröning se consolida definitivamente e torna impossível um encontro sensato, também da parte dele. O Dr. Dyes não chama a atenção do Sr. Gröning para o parágrafo da Lei dos Terapeutas onde, em casos excepcionais, é possível autorizar a atuação da prática curativa sem dano algum aos parágrafos da lei.

24 de maio de 1949:
Reunião entre Gröning e o Diretor Estadual Wöhrmann, representante do Sr. Meister, que se encontra em férias. Wöhrmann, após a declaração de oito testemunhas, diz mais ou menos o seguinte: não lhe interessa se diante da casa na Praça Wilhelm Nr. 7, há uma multidão de mil pessoas aguardando. A cura dos doentes é assunto secundário. A ele somente interessa a cura da alma e o perdão dos pecados. Como Gröning não respondeu à pergunta se também pode perdoar pecados, ficou totalmente descontente com a conversa com Gröning.

7. de junho de 1949:
Mais uma comissão médica visita Gröning, desta vez composta pelo Sr. Wöhrmann e pelo conselheiro médico, Dr. Siebert, e ficam 5 horas discutindo. A proibição de toda e qualquer cura é mantida e o prazo para recurso é estendido para 28 de julho. Mais uma vez a conhecida oferta para comprovar sua capacidade de curar em clínicas e casas de saúde é feita a Gröning, que se recusa devido à sua profunda desconfiança. (Mais tarde, o Prof. Dr. Fischer, da revista Revue constatou que essa desconfiança não era infundada).

18./19. de junho de 1949:
Para acalmar os milhares de doentes que aguardam Gröning na Praça Wilhelm, Wöhrmann se vê forçado a afrouxar temporariamente a proibição de cura.

20. de junho de 1949:
Manifestação das pessoas que aguardam na rua diante da Câmara Municipal e da residência de Wöhrmann. A polícia está impotente.

21. Juni 1949:
Afrouxamento repetida da proibição.

24. de junho de 1949:
O representante Meister volta e confirma a proibição. Nova manifestação. A situação fica cada vez mais desesperada.

25. de junho de 1949:
À convite de um comerciante de grande porte, Sr. Westphal, de Hamburgo, cujo problema de asma Gröning havia diminuído, o Sr. Gröning viaja até Hamburgo. Ele tem esperança de poder dar continuidade à atividade curadora naquela cidade, porém também em Hamburgo isso se mostra impossível.

29. de junho de 1949:
Gröning deixa Hamburgo com destino desconhecido. Ele se encontra em companhia do casal Hülsmann. O público e a polícia perdem sua pista.


Legenda:

Von Gröning behandelte Kranke, die Professor Dr. Fischer aufsuchte, bevor er mit Gröning selbst zusammentraf:Doentes tratados por Gröning que o Prof. Dr. Fischer procurou antes de se encontrar com Gröning pessoalmente.

  1. O Sr. Klüglich, de Bielefeld, que sofria dos rins e vivia constantemente com medo ter que ser operado. Nosso relato informa em que estado o encarregado da Revue, Dr. Fischer, o encontrou depois do tratamento de Gröning.
  2. A filhinha da família Mendt, de Hamburgo, comprovou ao Dr. Fischer que o efeito Gröning deverá ser utilizado pela medicina. Em casos de paralisia infantil, Gröning alcançava êxitos psicoterapêuticos.
  3. A Sra. Wehmayer: quando o Prof. Dr. Fischer a procurou e ela falou sobre sua estadia no hospital, ele ficou muito impressionado com a atuação à distância de Gröning e com a experiência de seu marido (vide relato).
  4. A Srta. Schwerdt relata ao Prof. Fischer o encontro com Gröning que está no relato, como ele a levou de volta ao homem que amava com a ajuda da bola de estanho e como o amor curou os dois.
  5. A Sra. W., de Bielefeld, que dirigia a bicicletaria de seu marido falecido em 1946. O Prof. Fischer conversou com a médica que fez o tratamento que parecia inútil por muito tempo, antes de Gröning ter tratado dela.
  6. O sóbrio comerciante Sr. Kargesmeier, de Bad Oeynhausen, ao qual nenhuma cirurgia pode salvar das terríveis dores da neuralgia do trigêmeo. Depois do tratamento de Gröning, o Prof. Fischer o encontrou saudável.
  7. Ao lado da cama da Sra. E. está sentado o Dr. Morters, que tratava da paciente antes da atuação do Sr. Gröning. Também esse caso fez com que a Revue indicasse a necessidade de se fazer uma pesquisa clínica, sobre o qual a Revue irá escrever no próximo número.

A noite das grandes curas

A noite das grandes curas

Zeitungsblitz, setembro de 1949: Edição especial sobre os êxitos de Gröning

Die Zeitung „Zeitungsblitz“ dokumentiert die Geschehnisse am Traberhof in Rosenheim im September 1949, wo durch Bruno Gröning Tausende von Menschen gesund wurden.Nas linhas seguintes lhes trazemos um relato objetivo de nosso enviado especial que conseguiu ficar ao lado do grande curador Bruno Gröning como representante da imprensa, e estava presente quando centenas de pessoas foram curadas no Traberhof, nos dias 27 e 28 de agosto.

A primeira cura do dia

Nosso correspondente relata: na parte da manhã já houve uma experiência de grande felicidade, quando os muitos que procuravam ajuda chamavam em corro pelo "seu Gröning" e ele fez uma curta palestra para a multidão que aguardava. Mas não é isso que quero relatar, mas a experiência pessoal nas únicas e inesquecíveis horas do final da tarde e à noite:

De algum modo, no sábado, não se sabe a razão, o ar estava carregado de angústia, e hoje estão aqui muito mais pessoas sofredoras e curiosas diante do Traberhof e no jardim. Essa tensão cresce de hora em hora, quando ficaram sabendo que Bruno Gröning iria falar mais uma vez aos que aguardavam. Já estão montando filmadoras no balcão, na varanda e no estacionamento e cada vez mais pessoas estão chegando.

Eu me informei sobre as novas curas ocorridas, cujo relato sucinto, sem buscar sensação, penso estar devendo aos leitores e ao círculo em torno de Gröning.

Nisso a Sra. Würstl, de Rosenheim, Rua Münster, 42, relata fielmente que hoje de manhã não conseguia se abaixar e levantar os pés do chão devido à paralisia. Radiante de alegria, depois da palestra de Gröning, ela foi pela primeira vez ao encontro do marido sem a ajuda de ninguém, e também consegue se abaixar novamente como qualquer pessoa saudável.

Como no caso do Sr. Haas, de Munique, uma mulher de Endorf se levantou de sua cadeira de rodas. Todos nós a conhecíamos somente deitada e agora estava fazendo suas primeiras tentativas para caminhar.

Sentei-me à mesa de um conhecido cuja esposa, a artista de cinema Karin LEMBECK, de Munique-Laim, uma morena marcante, todos os fregueses conheciam. Ela me falou sobre a cura da paralisia do braço esquerdo que sofreu por meses. Foi uma cura a distância durante um telefonema com Gröning, às dez da manhã. Com sua chegada no Traberhof, a força da irradiação de Gröning ficou tão forte que a Sra. Lembeck foi atacada por ondas de calor e frio, o que fez com que ela exclamasse: "Pelo amor de Deus, o que está acontecendo com meu braço? Eu não o sinto mais!" – e ela levou o mesmo braço que não sentia mais e que era paralítico, que antigamente não conseguia levantar até a altura da mesa, sem perceber, até o rosto e por cima de seu enorme chapéu. E de repente desatou a chorar devido à emoção, alegria e gratidão, lágrimas que substituem todas as palavras. Uma hora depois ela conseguiu pegar a mão do Sr. Gröning, com o coração transbordando de gratidão, porém o grande auxiliador rejeitou com humildade o agradecimento: "Não agradeça a mim, mas ao Criador lá em cima, que hoje de manhã me deu força, no telefonema com seu esposo, para dar início a essa cura, que Deus completou sem minha participação. A sua fé a ajudou, bondosa senhora!"

Entrementes, a segunda senhora, Sra. Wagner, de Munique –Laim, do mesmo círculo Lembeck, há quatro anos com embolia cerebral e paralisia nos nervos do lado esquerdo, que já havia melhorado um pouco, recebe o início de sua cura no jardim e à distância. Gröning está se ocupando com ela do andar de cima. Observamos atentos a reação, porém a senhora não conseguia se concentrar suficientemente no tumulto. E pela mesma razão, na segunda vez, agora na presença do mestre, também não teve êxito por não ter disposição interna de concentração, e também na nova apresentação poucas horas depois do tratamento à distância.

Este e em mais dois casos ficou evidentemente comprovado que um segundo acesso aos aposentos particulares do Sr. Gröning, pensando que o tratamento telepático falhou é, diante do grande doador de curas, um sinal de desconfiança.

E então finalmente chegou a hora. Lado a lado estão muitas centenas de pessoas. Já é 19:30h. Devagar as sombras da noite começam a cair. Os cavalos já saíram do campo e o sol doura as maravilhosas montanhas azuis. A tensão fica cada vez mais forte, quase insuportável. Nisso Gröning aparece na sacada, sendo ovacionado e pede alguns minutos de paciência para se concentrar nas pessoas, a quem ele pede que também que se concentrem. O Sr. S., um dos seus ajudantes, coloca os doentes na frente onde ficam visíveis, e dá orientações sussurradas sobre como devem se comportar: colocar as mãos abertas sobre os joelhos, não tocar em nada, desviar os pensamentos da doença. Justamente essa preparação cheia de tensão, de espera, essa preparação intima para o momento da ação da força de Gröning, trás a maior possibilidade de cura. Quase não se ouve um som na multidão. É impossível descrever a situação e o clima reinante, a atmosfera cheia de fé e emoção em que essas pobres pessoas sofredoras, com todos os seus males visíveis e invisíveis, esperando pelo momento de suas curas com crença, uns mais, outros menos.

Entretanto se passaram quinze minutos, com os preparativos para a tomada para um documentário, minutos que acreditamos viver somente uma vez na vida, tão carregado de energia que sentimos o próprio coração bater e também o da pessoa ao lado. Um colaborador de Gröning pergunta às pessoas de onde vieram. Estão ali representadas todas as localidades e regiões da Alemanha, do Allgäu e das cidades da região da Suábia, de Colônia e Frankfurt, da Baviera, do Bodensee e Waterkant, sim, até de Berlim e naturalmente muitos da própria região. Mais tarde, o Sr. Gröning sente uma alegria muito especial, um camarada da guerra que se encontra entre as pessoas que esperam, o procura, ele dividiu com o Sr. Gröning o pesado destino na prisão russa em Karelien e na Finlândia. Mais uma vez pedem às pessoas que não façam nenhuma pergunta ao Sr. Gröning, mas que se concentrem totalmente no que ele irá falar.

Gröning fala aos que estão esperando

Agora a escuridão já é completa. De todos os lados se acendem lâmpadas e as filmadoras começam a funcionar silenciosamente. Todo e qualquer ruído silencia e todos os olhares vão para o balcão aonde, às 20:15, o Sr. Gröning chega ao círculo de seus anfitriões, colaboradores e curados. Seguem-se minutos de profundo silêncio, enquanto o grande auxiliador da humanidade junta as mãos e olha para o Céu. Então ele inicia o contato com as pessoas que estão buscando cura e os crentes, enquanto olha para cada um dos rostos emocionados.

E Gröning começa com aquela voz simpática e carinhosa, que consegue prender a atenção de tantos, pronunciando palavras simples e de profunda crença:

„"Meus queridos que estão à procura de cura! Como em todos os dias, também hoje aqui se reúnem pessoas pobres e sofredoras que estão procurando ajuda e a encontrarão, mas também aqueles que a curiosidade trouxe até aqui, alguns que até reconhecem que são céticos. Eu sinto exatamente, lhes peço que controlem um pouco seus pensamentos e primeiro se convençam dos acontecimentos. Não se trata de uma apresentação artística ou apresentações baratas de milagres, por isso a hora é séria e o sofrimento das pessoas à minha volta grande demais.

Eu não chamei ninguém para vir para cá, ao contrário, eu lhes pedi para aguardarem o dia em que a ajuda possa alcançá-los de forma ordenada. Quem não acreditar em mim não precisa vir!

Eu sei que muitos de vocês nesse instante já estão indo de encontro à cura! Eu pretendo permanecer aqui no alto da Bavierae peço que tenham paciência até que eu receba a permissão para curar e as casas de curas sejam erguidas. Porém só tem direito à cura aquele que carrega a crença em Deus dentro de si. Infelizmente existem pessoas que há anos a perderam ou até a largaram na lama.

Eu lhes digo: O único médico, o médico de todas as pessoas é e permanecerá sendo o Senhor Deus! Somente Ele pode ajudar, porém Ele somente ajuda aos que crêem e que estão dispostos a se livrar de sua vida anterior. Vocês não precisam acreditar no pequeno Gröning, mas ao menos têm que confiar em mim, não quero sua gratidão, somente Deus tem o direito à gratidão – eu somente faço minha obrigação

Como vocês não foram esclarecidos, eu lhes digo que devem deixar o medo e o dinheiro em casa, mas podem trazer a doença e muito tempo disponível, e eu os roubarei. Todos vocês deve ser humanos para com os homens, não serem hostis, falsos, não fazer mal a ninguém e jamais ter inveja. O melhor e o maior presente nesta Terra não é a fortuna, o dinheiro, mas sim a saúde, que vale mais do que todo o dinheiro do mundo. Vocês ouviram dos meus colaboradores como devem se portar para obter a melhor atuação possível em si. Eu não quero realizar aqui uma cura pública! Primeiro preciso saber com toda certeza que tenho a permissão para agir publicamente. Porém até agora sempre foi assim, pessoas que chegaram perto de mim ficaram curadas. Vocês não precisam me contar seus sofrimentos, eu vejo através de vocês e já sei de tudo!"

O Sr. Gröning então, com algumas provas simples, demonstra o poder de sua influência que foi confirmada por meio de chamados e depois continuou: "Cada um acabou de receber aquilo que queria; porém somente aqueles que estavam ligados ao Nosso Senhor. Pretendo, se tudo der certo, partindo daqui, criar algumas células de casas de curas em estreita colaboração com os médicos, para poder ajudar todos vocês. A todos que vieram por seus parentes doentes, quero dizer: ‘Já estou com eles!’ Quando chegarem em casa, irão perceber que o doente não é mais o mesmo que deixaram lá!" Ouvimos longos aplausos em agradecimento pelas palavras do homem abnegado.

Dois representantes do governo estão a favor do Sr. Gröning

De modo inesperado e totalmente espontâneo, o delegado de policia Pitzer  de Munique começa a falar: "Meus queridos conterrâneos de Rosenheim! Vou contar agora para vocês minha experiência pessoal. Cheguei aqui primeiro como doente, mas também como autoridade policial e observador da Baviera. Nunca na vida recebi um diagnóstico tão perfeito, nem pelos melhores médicos, como o do Sr. Gröning e em poucos instantes, sem que ele tocasse meu corpo. Pessoalmente acredito em minha cura e tenho a responsabilidade até o mais alto escal ão governamental sobre o que acontece aqui, isto se certos senhores – vocês já sabem que quero dizer – gostem ou não. O decisivo é o doente receber ajuda. Estou há quatro anos a postos, dia e noite, com isso adquiri uma grave doença e já gastei inutilmente uma fortuna tentando a cura. Eu falo por mim e por vocês todos – e em todos os lugares devo ser ouvido, porque devo permanecer saudável por todas as pessoas de boa índole. Eu agradeço ao senhor, Sr. Gröning, por sua ajuda. Que Deus lhe dê força para que possa ajudar muitas pessoas que venham com fé e coração aberto.

Continuem tendo completa confiança no poder de cura de Gröning, e ajudem todos a superar as últimas dificuldades. Meu amigo na Câmara dos Deputados irá cuidar para que, algum dia, talvez logo, o Sr. Gröning receba licença para curar."

Então o deputado da CSU, Hang, toma a palavra: "Na verdade eu não pretendia falar, porque estava muito cético diante do assunto Gröning e queria me convencer pessoalmente do que acontece aqui. Hoje vivenciei tanta coisa comovente que faltam palavras para me expressar. Mais não posso lhes dizer. Peço a todos que acreditem na vocação do Sr. Gröning!" Mais uma vez se ouvem aplausos tempestuosos da massa agitada.


As curas noturnas no Traberhof

Do balcão, Gröning se ocupa de alguns casos graves de paralisia, dignos de compaixão.

A mulher, Monika  Baumgärtner,  de Bad Aibling, que há dias aguarda no Traberhof, há três anos sofreu uma lesão da coluna vertebral e comprometeu toda parte inferior de seu corpo devido a uma queda do Watzmann. Com esforço sobrehumano e banhos de suor, puxando a parte de baixo do corpo para cima, ela se esforça, pela primeira vez há anos, para uma curta permanência em pé. Agora Gröning incentiva outros doentes com membros paralíticos ou endurecidos, para mexê-los ou os dobrá-los. Com muita dificuldade consegui chegar perto do sofrido e digno de compaixão, Sr. Aigner, de Rosenheim-Thallerbräu, que agora parece muito feliz pois consegue, com grande barulho, mover seus membros endurecidos, dobrando com muito esforço e colocando o calcanhar esquerdo no joelho direito e vice-versa. Esse foi o segundo exemplo para os céticos, pois todos os presentes puderam se convencer. Um padeiro mestre de Bad Aibling, em poucos minutos ficou livre de um ataque nervoso, do qual sofreu por muitos anos, ficando somente pequenos resquícios, que Bruno Gröning prometeu tirar em algumas semanas.

Agora Gröning fala mais uma vez à população espantada: "Se aconteceu alguma melhora em seus conhecidos e parentes em suas casas, peço que me dêem notícias o quanto antes, mencionando adatadehoje como referência, para que eu saiba quantas curas aconteceram hoje. Desejo a todos uma boa noite e a completa cura em nome de Deus."

Com isso o grande doador da cura se retirou para dentro da casa junto com seus colaboradores para continuar, sem intervalo, a demonstrar sua arte de curar aos casos apresentados pelos médicos e a imprensa desde a manhã.

Enquanto me dediquei ao contado próximo com os doentes e me mantinha exclusivamente ao lado deles, pude então, a convite da família Hawart, assistir às curas dos casos mais graves. Através da longa fila das pessoas que aguardavam, pude entrar nos cômodos privados. Apesar de toda objetividade com que tratava esse assunto, não pude me esquivar de sentir certo fluido logo na entrada do recinto. Nisso o Sr. Gröning veio ao meu encontro e apertou fortemente minha mão. Por um momento tive a impressão que seu olhar forte, porém cordial, atravessava todo meu ser. Suas primeiras palavras dirigidas a mim deixaram transparecer a grande decepção que já tivera por parte da imprensa.

Alguns tratamentos interessantes de paralisia infantil, com visível êxito, O jardim de inverno foi instalado de forma exótica e estava sendo preparado como um círculo sob quatro luminárias, por volta da meia noite, e vinte e quatro pessoas se reuniram, entre eles um médico que estava atendendo dois pacientes, Sr. Dr. Meyer, do hospital militar de Bad Tölz, uma médica, um estudante de medicina e os acompanhantes dos cadeirantes. A chuva caía sem trégua sobre o telhado de vidro e o pessoal das câmeras acomodava seu equipamento. Cada um dos casos seria filmado antes, durante e depois do tratamento, para um filme documentário, para esclarecimento de toda a população. Como sempre, Bruno Gröning se prepara na sala ao lado para iniciar os tratamentos. O Sr. Schmidt, seu assistente, aparece e pede aos presentes para se concentrarem interna e externamente nos processos de cura. Aparentemente funcionando como médium de Gröning, ele faz a espantosa comunicação: entre os presentes se encontra um senhor que, devido ao seu ceticismo infundado, deve ou modificar sua posição interna ou abandonar a sala, para não interromper a ligação psíquica com as pessoas a procura de cura – porém ninguém deixa a sala.

Nisso aparece Gröning na porta, pedindo aos presentes que somente se concentrem no que acontece em seus corpos. O Sr. Gröning entra no círculo e aparentemente se concentra intensamente na Sra. Baumgärtner, de Bad Aibling, que então lhe é apresentada pessoalmente mais uma vez. Um silêncio cheio de expectativa se instala. Alternativamente os aparelhos de filmagem emitem um zumbido. De repente, Gröning se vira e pergunta à paciente: "E o que a senhora sente agora?" Geralmente a resposta é: um formigamento nos pés, um puxar nas panturrilhas, uma dor forte na região dos rins ou da bexiga, um rumor forte no intestino, um aperto no estômago, ou muitas vezes todos percebem um forte tremor de todo o corpo. Os sintomas do tratamento se mostram quase sempre em todos os pacientes, dessa forma ou semelhante. E o mestre se fixa com toda precisão no local doente e que provocou a paralisia. Ele manda a Sra. B. Respirar três vezes, profundamente. Então a paciente de repente grita: "Atravessou!" Se virando, de forma que a paciente não o veja, por sinais, o Sr. Gröning demonstra aos médicos como cortar certo nervo e novamente costurar, sem intervenção cirúrgica, no local onde a paciente acredita sentir todas as dores dessa operação. Na continuação do tratamento, a paciente se sente "leve", mal sente seu corpo, demonstra aos poucos uma sensação de euforia, levanta o braço esquerdo cambaleando, se apóia no braço da cadeira e faz sua segunda tentativa para ficar em pé. O diagnóstico de Gröning é: ela andará novamente em pouco tempo.

Tratamento de casos graves

Uma menina de oito anos, que há anos perdeu quase toda a visão, Evelyn Gschwind, de Munique, com graves lesões na córnea e após cinco cirurgias já estava enxergando sem óculos, mais do que via até então, depois de vários tratamentos naquele mesmo dia. Por exemplo, o trem que está passando a uma distância de 500 metros. Gröning manda a pequena Evelyn tirar o véu que se encontra diante de seus olhos, por meio da imposição de sua mão esquerda e uma rápida retirada da mesma, seguindo suas instruções. Em consequência, ela pode ver nitidamente cada um dos objetos que se encontram na sala.

JAgora o Sr. Gröning pede aos três senhores que acompanham pacientes que se retirem para o balcão, pois estão desviando a atenção dos seus pupilos. E distribui bolinhas de papel confeccionadas de caixas vazias de cigarro, amassadas com as próprias mãos, que aparentemente carregam dentro de si uma força magnética e que já são tão requisitadas que estão sendo vendidas no mercado negro de Munique, naturalmente falsificadas. Esses "depósitos de força" teriam a finalidade de manter a necessária concentração dos pacientes com Gröning à distância e facilitam o tratamento.

Entretanto, o dia começa a nascer e mesmo assim o mestre não demonstra quaisquer sinais de cansaço. A força de sua resistência aparentemente se estende a seus visitantes, pois eles também não querem deixar o "local milagroso". A palavra sono, para Gröning, é desconhecida. Um gesto rápido partindo de sua testa, por cima de seu crânio marcante até a parte de trás da cabeça, retira o menor resquício de sono. Um cigarro queima ininterruptamente em sua mão e seu alimento é composto de pequenas porções

Então o sempre procurado é chamado para ver um caso muito grave no pátio de trás, onde há dias espera por ele o senhor Fischhaber, de 35 anos, de Bad Tölz, tendo-o como sua última esperança. Devido a desastres com trenó e moto, o Sr. Fischhaber tem paralisia parcial em diversas partes do corpo, que foram piorando cada vez mais a partir de 1949. Três diagnósticos de famosos doutores de Munique oscilavam entre intoxicação por gasolina, lesão na coluna vertebral, abscesso dos principais nervos e a mais nova descoberta do médico que hoje o trouxe até Gröning, uma lesão na parte intermediária do cérebro. O Sr. Fischhaber já procurou o Sr. Gröning em Herford há dois meses, Dois meses atrás, o Sr. Fischhaber já procurou Sr. Gröning em Herford, e ele lhe prometeu a cura. Depois da visita em Herford, uma lesão grave nos rins provocada pelo uso de medicamentos por anos sumiu por completo, porém a cura dos outros distrubios não aconteceu. Gröning já havia iniciado a preparação para esse tratamento na noite anterior através de seu médium, com um tratamento a distância, quando o Sr. Fischhaber sentiu forte formigamento na mão esquerda e sintomas parecidos com dores musculares, na panturrilha esquerda e na ponta do pé.

Bruno Gröning dá numa explicação "de vidente" para a razão da falta de uma cura evidente ou de melhora que chama atenção de todos, e disse: "Tome cuidado com um casal, amigos seus, que não o quer bem. A mulher tem cabelos pretos, o homem tem cabelos louro escuros, com uma risca, e mede 1,70m. Para que saiba exatamente: esse homem irá aparecer em sua casa dois dias depois de o senhor voltar daqui, e entrará em sua casa precisamente às 18:00 h. O senhor irá reconhecê-lo porque ele irá, ainda antes de fechar a porta atrás de si, limpar o nariz com um lenço branco. Esse homem está fazendo com que sua cura não aconteça, pois publicamente já se pronunciou de forma jocosa sobre o caso. Essa pessoa está entre eu e o senhor e faz com que o contato necessário entre nós não possa ser completado. Evite o contato com esse senhor e em breve estará curado."

As últimas palavras que o doador das curas pronunciou para minha volta para casa são um indicativo do caminho de seu trabalho no futuro: SAUDAÇÕES DIVINAS! VOCÊ ESTEVE DOENTE! ATÉ LOGO!

A. Stecher

Observação da redaçãoAnmerkung der Redaktion!

Esse é o relato de nosso correspondente que passamos para frente sem comentários. Mediante esse relato, nossos leitores podem fazer juízo sobre o "poder de cura" de Gröning e se ele está apto para receber autorização de "médico de cura por via natural", no interesse de muitos doentes com lesões físicas, o que se faz necessário pelo ministério estadual.

Como o Sr. Gröning pretende continuar por enquanto no Traberhof, em Rosenheim, em tempo hábil iremos enviar novas "edições especiais".

Não nos é possível entregar cartas ou outras mediações ao Sr. Gröning. Naturalmente cadainteressado pode enviar cartas (sem fotografias) ou outras informações ao seu endereço: Sr. Bruno Gröning, Rosenheim, Traberhof. Outros endereços que se encontram no mercado negro são falsos. O Sr. Gröning pede para que não realizem visitas pessoais até a anuência oficial.

Bruno Gröning - Sua palavra afugenda a doença

Bruno Gröning - Sua palavra afugenda a doença

Das Neue Blatt, de 9.05.1957

Das Neue Blatt: Dr. Horst Mann über Bruno Gröning

Traz o relato do Dr. Horst Mann

DIsto deve ser dito com toda clareza e em primeiro lugar: não se trata da pessoa de Bruno Gröning. O Das Neue Blatt não quer entrar na série de manifestações daqueles que o louvam exageradamente como curador, ou então dos que lhe dão a má reputação de charlatão. Nosso dever é averiguar as curas de Bruno Gröning, com crítica e objetividade, somente guiados pelo sincero desejo de finalmente averiguar a verdade. Pois todas as pessoas que sofrem têm o direito de saber essa verdade.

O Das Neue Blatt, com isso, abre um capítulo emocionante em nossa atualidade, pois esses são os acontecimentos:

  1. Há mais de dez anos Bruno Gröning consegue curas comprovadas. Não é possível comprovar esse número, chega a milhares.
  2. Várias vezes esse homem esteve diante do júri devido ao seu método. Tiveram que inocentá-lo. Com otimismo, ele agora aguarda o desfechar de um processo muito discutido.
  3. Em todas as partes na Alemanha existem comunidades de Bruno Gröning. Seus associados olham com reverência para esse homem que não somente lhes traz saúde, mas também alento espiritual.

O jornal Das Neue Blatt, falou com essas pessoas. Os êxitos das curas foram verificadas com critério. Perguntamos a médicos e cientistas e falamos com Bruno Gröning pessoalmente. Ele colocou à nossa disposição material ao qual ninguém ainda teve acesso.

Aconteceu no dia 27 de novembro de 1953, no pequeno vilarejo de Ostenfeld, a 14 km a leste de Husum: havia uma pesada tensão naquele local. Era como garras de ferro que envolviam os corações das pessoas que ali estavam apertadas umas nas outras, nos bancos e fileiras de cadeiras, mais ou menos uns cem ou cento e cinquenta.

Eles vieram de Ostenfeld e dos bairros ao redor entre Rendburg e Schleswig, e de Husum e Kappeln. Rapidamente a noticia se espalhou: Bruno Gröning estava lá! Diziam que ele curara doentes novamente. Talvez ele também possa ajudar a mim ou ao meu pai com sua gota ou ao filho que estava tão abatido e pelo qual o médico somente fazia um gesto de desdém. Esses deveriam ser os pensamentos das pessoas que naquela noite tinham chegado lá.

A fraca luz mal iluminava a sala. Caia em rostos cheios de fé e esperança, mas também se quebrava nos olhos dos céticos e curiosos. Esses não esperavam nada extradordinário, somente queriam estar presentes para mais tarde estar a par dos acontecimentos e poder comentar nas longas noites de inverno do ano de 1954, pois acontecia muito pouco ali nos vilarejos. Os assuntos eram sempre os mesmos, o tempo, a colheita, os animais, as doenças. Pois é, e doente na verdade todos podiam ficar e talvez Gröning lhes mostrasse uma saída...

O murmúrio das vozes batia no forro da sala superlotada e dividia o véu de fumaça. Uns mantinham as mãos contraídas, como se estivessem rezando, outros contavam piadas, para se libertar da tensão interna e outros cuidavam de seus parentes doentes.

Somente na última fileira das cadeiras estava muito quieto. Lá haviam colocado um homem gravemente enfermo. As dores eram tão terríveis que não conseguia ficar sentado. Colocaram-no no chão, sobre cobertores. As pessoas o conheciam. Era o sitiante Thies Paasch, de Norby. Eles também conheciam seu horrível destino, as dores que o mantinham preso à cama, às vezes por semanas.

De repente acaba o murmúrio. Bruno Gröning entrou na sala. Ele parecia pequeno com seus quase 1,70 de altura, quase gracioso quando, com passos rápidos, foi em direção ao pódio. Sua roupa era a mesma que se conhecia das fotos, a única coisa que chamava atenção era sua cabeça grande com os cabelos ondulados e os olhos grandes e brilhantes, que praticamente ardiam no rosto magro e pálido.

E depois tudo ficou totalmente diferente do que tinham esperado aqueles que foram por curiosidade ou fome sensacionalista. Bruno Gröning dirigiu a palavra aos que estavam reunidos: "Queridos amigos!" E essa voz era suave e melódica, sem dramaturgia ou ênfase. E também não falava sobre as curas, os milagres que seu dono tinha feito. Também não o elogiava ou o anunciava como o Messias que novamente havia ressuscitado para trazer a salvação aos desesperados. Gröning falava da crença e de sua força. Ele pronunciava palavras simples que todos podiam entender, absorver e assimilar. Ele falava figurativamente e fazia comparações, mas não desenhava os acontecimentos em cores deslumbrantes.

Fazia aproximadamente uma hora que Gröning estava falando. Ninguém olhava o relógio ou se sentia como se não tivessem falado com ele. Depois ele se dirigiu a cada um perguntando: "O senhor sentiu alguma coisa?" Baixinho e acanhadamente, vinham as respostas positivas. Alguns tinham bolas de estanho nas mãos tensas, que antes tinham sido distribuídas e relatavam um sentimento esquisito de calor. Outros falavam de um tremor ou impulsos doloridos. Outros somente abanavam negativamente as cabeças.

Alguns queriam contar sua história de doença, mas nem sempre o homem com camisa de seda escura e grande nó de gravata era um ouvinte atencioso. Às vezes os interrompia quase que bruscamente: "Eu não trato doenças! Doença é desordem. Tratem de entrar na ordem com Deus e a cura não tardará. Vamos falar de coisas boas. Sintam-se bem em nossa companhia."

So traf ich den Landwirt Thies Paasch in Norby bei Rendsburg: gesund und voller Arbeitskraft: „Das verdanke ich Bruno Gröning!“ sagte er.

Assim encontrei o sitiante Sr. Thies Paasch, em Norby, próximo a Rendsburg: saudável e cheio de energia para trabalhar. "Assim estou graças a Bruno Gröning."

Bruno Gröning ia de mesa em mesa, de cadeira em cadeira. Depois se afastou, um chamado da ultima fileira o fez parar. "Sr. Gröning, o senhor se esqueceu de alguém!" Era o prefeito e representante da comunidade Owschlag, que havia se levantado e mostrava Thies Paasch, que estava deitado no chão atrás dele.

Bruno Gröning foi até o doente, se agachou e fez a pergunta que também tinha feito aos outros: "O senhor sentiu alguma coisa durante a sessão?" O homem que era obrigado a ficar no chão pela dor respondeu: "Sim" ele disse, "De repente senti muito calor. Somente metade da perna esquerda ficou fria como gelo. E depois a mão direita começou a formigar." Gröning acenou com a cabeça, nada mais. Nenhum gesto, nenhum consolo, nenhuma indicação. Com passos rápidos atravessou a sala.

Então alguém da multidão disse: "Nós agradecemos, Sr. Gröning, ao ficarmos em pé!" Pernas de cadeiras se moviam, mesas eram empurradas e ai aconteceu o inacreditável. Thies Paasch se levantou. Ele se levantou como todos os outros saudáveis. Seu semblante de repente ficou iluminado. Com as duas mãos negava a ajuda oferecida por seus vizinhos. Ele queria se levantar sozinho e conseguiu, com leveza, sem esforço e sem dor.

Ele estava lá, ereto, e olhava rindo, quase que triunfante, para os rostos espantados das pessoas à sua volta. E depois foi com passos firmes até o balcão: "Por favor, um vinho quente, senhor taberneiro" pediu. Ele quase gritou com uma voz que estava transpassada pelo espanto, esperança e júbilo: "Um vinho quente, senhor taberneiro!"

Norby de abril de 1957

Diante de mim há uma pasta com cartas de agradecimento a Bruno Gröning, contendo 58 relatos de doenças de pessoas que consideram esse homem seu curador e salvador de graves sofrimentos. São de um pequeno povoado de Ostenfeld e de localidades à sua volta. Os relatos são da época do inverno de 1953 até a primavera de 1954. Foram escritos por camponeses, donas de casa, caminhoneiros, pedreiros e outros trabalhadores e também relatam maravilhosas curas de crianças.

Para minha compreensão é difícil acreditar no que meus olhos lêem. É inconcebível. As pessoas relatam suas doenças, como problemas de coração, de circulação, reumatismo, varizes, feridas abertas, dor de cabeça, eczema, trombose, infecção da articulação coxofemural, linfoma, paralisias, doenças da pele, lesões dos discos vertebrais, problemas na vesícula e tuberculose. Uma horrenda escala de doenças que teriam sido curadas por Bruno Gröning.

Eu paro e vejo o nome de Thies Paasch, o homem que há três anos de repente foi curado depois de uma palestra de Bruno Gröning. Leio: "Desde 1944, isto é, há dez anos, sofria de terríveis dores reumáticas e dos nervos que peguei na época da guerra na Prússia. Foram feitos vários tratamentos médicos, terapias alternativas e chás de ervas, mas tudo somente serviu para dar alívio e não trouxeram a cura. No outono passado, as dores ficaram tão fortes que não consegui mais me mexer. O médico diagnosticou lesão dos discos vertebrais e inflamação do nervo ciático. Quando então estava já quatro semanas sem melhora alguma, tomei a decisão de ir para Ostenfeld, onde o Sr. Gröning estava. Como não conseguia mais andar ou ficar sentado, fiquei deitado no chão durante duas horas. Quando o Sr. Gröning entrou na sala já comecei a sentir um alívio. Quando Bruno Gröning terminou sua palestra e os aproximadamente 200 convidados presentes se levantaram, também pude me levantar sozinho e sair da sala sem bengala. Como por um milagre estou curado e posso fazer meu trabalho. Meu cordial agradecimento ao Sr. Gröning, por ter alcançado através dele minha completa cura. Thies Paasch, Norby."

O que terá acontecido com esse homem? Será que sua cura espontânea realmente se firmou definitivamente? Será mesmo uma cura milagrosa ou foi somente a força do momento, a crença despertada por Bruno Gröning, que permitiu que a fonte da dor fosse minada para depois talvez voltar com maior rigor?

Poucas horas depois estava sentado num agradável restaurante que fica em frente a seu sítio em Norby e um homem animado e saudável, que poderia ter uns 40 ou 50 anos, acabava de chegar de trem com sua bicicleta. Vinha de Husum, onde estava cursando uma auto-escola.

Alegremente ele me conta e seu primeiro depoimento evita que eu pergunte se a cura permaneceu. "Sou profundamente e grato ao Sr. Gröning de todo coração. A ele agradeço pela alegria de poder trabalhar novamente e por estar saudável."

Thies Paasch tem toda razão de agradecer, pois depois que ele me contou mais uma vez todo seu sofrimento antigo, percebi como sua doença era grave. Naquela época, depois do fim da guerra, ele não deixou de fazer o possível para alcançar a cura, mas o reumatismo piorou cada vez mais. Um desvio da coluna se instalou e os médicos somente podiam lhe dar algum alívio por meio de injeções.

Thies Paasch disse: "Na época não sabia mais o que fazer, sofri muitas recaídas. Quando o nome de Gröning apareceu, eu sabia e sentia que somente ele poderia me salvar! Acreditei nisso para poder suportar a dor quando me colocaram no carro para me levar até Ostenfeld."

Perguntei ao camponês queimado pelo sol, que entrementes conseguia outra vez realizar seu trabalho certamente não tão leve: "O senhor depois disso já procurou um médico?" Thies Paasch riu. "Porque deveria procurá-lo?" Foi sua resposta. "Eu me sinto saudável, completamente saudável!"

Mesmo assim, perguntei mais tarde ao médico que o havia tratado com injeções. Ele disse: "É verdade, o Sr. Paasch estava muito doente, inclusive sofria de uma infecção nos nervos, necessitava de um forte tratamento para se curar e certamente foi o que o Sr. Gröning lhe deu."

Minha curiosidade estava despertada. Será que esse caso era uma exceção, um sucesso único? Procurei outros pacientes e tive novas surpresas. Vou relatar isso na semana que vem.

Dokumentarfilm

Documentário:
"O Fenômeno
Bruno Gröning"

filme exibido em muitas cidades ao redor do mundo

Grete Häusler-Verlag

Grete Häusler Editora: Uma grande variedade de livros, revistas, CDs, DVDs e calendários

fwd

Os cientistas com a palavra: aspectos interessantes dos Ensinamentos de Bruno Gröning